Crash de J.G. Ballard, publicado em 1973, é certamente um dos livros mais perturbadores já escritos. No centro da história, encontramos James Ballard, um personagem que se torna cada vez mais obcecado com acidentes de carro e a tecnologia por trás deles. Ballard procura sexo em meio a acidentes de carro, uma obsessão que leva a um perigoso caminho para ele próprio e seus colegas.

O livro retrata os personagens em sua busca pela tecnologia e inovação, com uma fascinação incomum pelos carros e pela ciência por trás de sua construção. A narrativa, ao mesmo tempo, revela os segredos e fantasias de seus personagens, que se divertem ao perseguirem carros em perseguições perigosas no trânsito noturno de estradas deserta.

No entanto, a história se aprofunda na mente dos personagens e suas obsessões perigosas. O livro rapidamente mostra sua forte ligação entre tecnologia e violência, refletindo sobre a relação entre a busca pelo progresso científico e tecnológico e a violência, que muitas vezes acompanha essa busca.

Com seu estilo literário pós-modernista, Ballard questiona as aspirações contemporâneas da sociedade pelo progresso, avanços tecnológicos e inovação. A exploração da devoção de seus personagens pela tecnologia e pelos carros revela uma cultura obcecada pelo desenvolvimento e construção, o que leva a situações complexas e perigosas, seja no tráfego rodoviário ou na vida íntima de seus personagens.

Em última análise, Crash é uma exploração escura e inovadora das obsessões humanas, da relação entre sexo e acidentes automobilísticos e da fascinação pelos avanços tecnológicos. Ballard, com seu estilo corajoso e afirmativo, oferece um olhar crítico e poderoso sobre o futuro da sociedade tecnológica.

Em suma, Crash é uma leitura fascinante e perturbadora, que revela as obsessões da sociedade contemporânea pelo progresso e tecnologia, ao mesmo tempo em que oferece reflexões sobre a violência e o papel do indivíduo na construção da sociedade moderna.